Índios guerreiros vagavam pelas matas,
senhores das terras, dos rios e cascatas.
Por entre as grimpas de lendários pinheiros
espiavam a luta em noites de calma,
espiavam os pios de soturnas corujas,
confiavam aos deuses o destino da raça.
Vós que habitastes, estas terras longínquas,
índios Coroados, uma tribo de fortes,
tapando a terra, escondendo-a no céu,
ocultando guerreiros da ira dos deuses,
paraíso nativo de amor e nostalgia.
Um dia, distante, homens brancos chegaram.
Enlouqueceram com tudo que viram.
Tomaram posse, os índios sumiram,
os pinheiros, aos milhares tombaram,
que crime, que coisa horrível fizeram
despindo a terra de seu manto divino.
Em nome do progresso, terras loteadas.
Vilarejos surgindo, mais gente chegando.
As matas caindo. Queimadas desenfreadas.
Fazendo fumaça, as chamas subindo.
O passo glorioso, a exuberância das matas
nada mais é que um conto de fadas.
Plantas milenares em minutos cairam.
Que progresso é este? ... destruição!
Hoje o que há são reminiscências
do que houve, há menos d´um século.
Chego a pensar que as gerações futuras
farão mau juízo, dos que ontem viveram.
Esqueço o tempo, retorno ao passado,
suplico ao Senhor das verdes florestas
Mergulho nas matas e grito p´ros céus.
Que amaldiçoe a ganância dos homens,
que preserve as gralhas azuis,
os papagaios, os tucanos e todos os bichos.
Publicado na Coluna Literária, setembro de 75.
Lembro de cada dia em que ele escreveu.
ResponderExcluirGrande consciência...
ResponderExcluirBelo poema.
Luiz!!!!!!!!!!!!
ResponderExcluirQue surpresa boa, confesso que não tinha conhecimento desse talento !
Parabéns!!!! Adorei !!!! Continues escrevendo,e publicando estou ansiosa para ler mais um, amanhã!
Um abraço para esse casal maravilhoso !!!!