domingo, 1 de julho de 2012

O Renegado

Sou um velho andarilho descalço
Meus calcanhares partidos, sangrando
Sigo minha triste sina implorando
O sangue vermelho as pedras manchando
Ouvindo escárneos, minh´alma chorando
Meu Deus! Minha trilha só teve percalços...
Doutores, senhores, piedade
Dêem-me subsídios, caridade
Não sofro nenhuma insanidade
As noites tão longas, escuras
Meu ser geme as agruras
De minha família, quanta saudade.
Tenho tido grandes alucinações
Estive diante de Deus poderoso
Tem-Se mostrado comigo Bondoso
Disse-Me: querido filho!
Isso é uma provação
Em tua efêmera passagem
Tu és minha imagem
Sofrerás grandes humilhações
Verás nos homens a falsidade
Dos orgulhosos, dos prepotentes
Apegados aos seus tesouros
Como se fossem besouros
Com suas bolas de fezes
Armazenando-as no subsolo
Para se banquetearem
Na eternidade
Ou enquanto
Suas riquezas... durarem.

Poesia criada em outubro de 1995, Arroio do Meio.

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