quarta-feira, 30 de maio de 2012

Mamãe

Como é bom recordar
o tempo em que você dizia:
Filho, vamos rezar
o Pai Nosso e a Ave Maria
Fazia-me muitos afagos.
Punha-me na cama.
Então... dormia.
Mergulhava num sono profundo
Sonhava com personagens
de história que tu contavas
de coisas que tu falavas
criava as suas imagens
sem truques e sem arranjos.
Mamãe, aquele tempo passou
a luz que outrora brilhou
Está em teus olhos, tua alma.
Mas, mamãe, sabe que a vida
uma lição, as vezes sofrida
por nossas próprias desatenções.
Neste teu dia, mamãe querida
Um beijo em tua face sofrida
que o tempo insiste em massacrar.

Publicado na Coluna Literária, maio de 1977.

Um comentário:

  1. Aprendi com ela muitas coisas tão simples como a descrita na poesia.
    Saudades vovó Elvira...

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